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Isolamento social e mais testes são essenciais para o combate ao coronavírus, neste momento

Gerir a crise causada pelo coronavírus de maneira positiva exige que governos lancem seus olhares para as instituições que trabalham em prol do combate à Covid-19


Por Rosi Gonçalves

Você sabia que o novo coranavírus (SARS – COV2) é uma ameaça um tanto familiar? Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos de 1960. Alguns coronavírus (CoV) podem causar Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) daí a sigla SARS-CoV. Os primeiros contágios de SARS-CoV originaram-se na China em 2002.

Outro coronavírus foi identificado em pessoas na Arábia Saudita, Oriente Médio, Europa e África, sendo designado como MERS-CoV. Já o coronavírus atual recebeu o nome de SARS-CoV2, provocando a doença Covid-19.

No Brasil e no mundo

A cidade de Wuhan, na China, foi palco da emergência do novo coronavírus. Em pouco tempo e paralelamente vários casos começaram a serem registrados na Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, entre outros países da Europa, até a sua chegada às Américas do Norte, Central e Sul.

O movimento de massas das pessoas pelo planeta rapidamente permitiu a dispersão global desse vírus e, depois de dois meses, a OMS decidiu considerar essa situação como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, anunciando a pandemia.

Contudo, de dezembro de 2019 até hoje, 02 abril de 2020, o mundo computa oficialmente mais de 1 milhão de pessoas contagiadas, aproximadamente 50 mil mortes e cerca de 195 mil pacientes recuperados. No Brasil até 01 de abril, os números acusavam mais oito mil pessoas infectadas, quase 300 mortes e cerca de 130 pacientes recuperados.

Para gerir a crise

Atualmente, o momento é de ampliar os kits de testes para a Covid-19, continuar com o isolamento social e disponibilizar equipamentos para a higienização de pacientes e profissionais da saúde, assim como investir na ampliação de leitos em hospitais de campanha.

No entanto, faltam kits para a testagem em todo o mundo. E por conta dos cortes globais de investimentos na área da pesquisa, a China consolidou-se como fabricante em larga escala capaz de fornecer grandes quantidades para diferentes regiões com menos capacidade de produção.

Segundo a infectologista Raquel Stucchi, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a testagem o Brasil estaria detectando de 8% a 18% dos casos suspeitos. Especialistas têm observado que os países que conseguem testar parcela maior da população para a doença estão controlando melhor a sua disseminação, reduzindo também o número de mortos.

Outro fator importante, além dos kits para a testagem do coronavírus é a promoção de treinamentos específicos de técnicos de laboratório para que não aconteça o mesmo fato ocorrido na Espanha, em que foram constatados falsos resultados.

Muito se tem falado sobre a descoberta da vacina por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Mas, assim como outras regiões e suas especificidades, o Brasil possui imensa territorialidade e condições sociais díspares. Logo, é fundamental sequenciar o vírus propagado em suas diferentes regiões. O mapeamento dos genomas e possíveis mutações são outra etapa crucial tanto para criar medicamentos quanto uma vacina, tarefa que ainda deve demorar meses.

Outro fator é demonstrar publicamente e de maneira consciente que as redes sociais mostram mais uma vez, “que estão acima de tudo” – para além do seu papel de construir e manter os relacionamentos. Elas vêm se configurando como um ambiente de manipulação de pensamento e comportamento, promovido por pessoas muitas vezes mal intencionadas, visto a enorme propagação de Fake News (notícias falsas).

São vários os aspectos a serem gerenciados, inclusive a constatação de que de abril em diante, o Brasil terá de lidar com o impacto na saúde pública causada por epidemias como a febre amarela, sarampo, a gripe Influenza A/H1N1 e ainda com o quadro endêmico de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e Chikungunya, se infectado.

Portanto, no país, o melhor cenário estimado pela Imperial College, renomada instituição inglesa de ciência, tecnologia e medicina, seria com 75% de toda a população em quarentena, testes para todos os pacientes com suspeita de contágio e, por consequência, um “achatamento” da curva de infectados.

Nesse prognóstico, se o Brasil conseguisse manter as mortes na proporção de duas por semana para cada um milhão de habitantes, ao final o número de pessoas falecidas pela Covid-19 não passaria de 44,3 mil.

Nessas condições, cerca de 250 mil pessoas passariam por hospitais e no pico da pandemia, haveria demanda para 72 mil leitos ao mesmo tempo. No pior cenário, sem quarentena ou outra estratégia de mitigação aplicada aos grupos de risco, as mortes passariam de 1,1 milhão.

Portanto, o momento se faz absolutamente fundamental que as instituições sejam respeitadas. Das decisões e recomendações, é importante frisar que o primeiro modelo global relacionado à saúde foi divulgado pela OMS, que tem a função de coordenar as ações e aconselhar os dirigentes dos países ao redor do mundo.

No entanto, ela vem sendo alvo de críticas de governos autoritários e com pensamentos obscurantistas, que acabam adotando medidas ineficazes, burocráticas e desfavoráveis à população.

Esse momento também nos coloca a refletir se Organizações como a OMS deveriam ter mais poder executivo, uma vez que trabalham com informações precisas, responsáveis e confiáveis para anunciar as melhores medidas protetivas sem gerar pânico.

Por isso, é essencial que os governos com a intenção de diminuir os impactos negativos já causados pelo novo vírus direcionem o olhar para essas instituições e iniciativas em prol do combate ao coronavírus.

Que essa pandemia nos sirva de lição!


*Fontes de apoio:
https://nacoesunidas.org/oms-diz-que-combate-ao-novo-coronavirus-tem-de-incluir-testagem-de-casos/
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/sem-treinamento-especifico-testes-rapidos-para-coronavirus-comprados-pelo-governo-podem-dar-falso-negativo.html
https://exame.abril.com.br/mundo/alemanha-tem-muitos-casos-de-coronavirus-mas-poucas-mortes-por-que/
https://www.scmp.com/economy/china-economy/article/3077314/coronavirus-china-ramps-covid-19-test-kit-exports-amid-global
https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/registros-de-coronavirus-no-brasil-sao-subestimados-sugere-estudo-1-24331652?fbclid=IwAR0PFoSXveMAku-xg_dOCWne_nj9zB4NqZGQpji15lfMAlkYiIroZUHfweM
https://www.covidvisualizer.com/
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/03/27/quarentena-pode-salvar-ate-1-milhao-no-brasil-calcula-imperial-college.htm

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