Central de Atendimento (Seg a Sex - 9h às 18h)

(11) 3104-1023

96607-9578

Dia Internacional das Mulheres

Por Sônia Alves – Presidente do Sindilex

Todo ano o Sindilex homenageia o Dia Internacional da Mulher organizando palestras, dia de benefícios ou publicando um artigo de reflexão tratando, sobretudo, da história que marca o início das comemorações no dia 08 de março. Veja aqui . Sobre a história da origem do dia internacional da mulher, veja aqui.

Este ano faz-se mister tratar do papel da mulher na transformação social e política do Brasil da atualidade. Vivemos uma conjuntura de graves ataques aos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros. Em momentos de desemprego e de crise social, o segmento mais afetado é o das mulheres¹.

Para além do desemprego e dos salários mais baixos em iguais posições de trabalho, as mulheres são diariamente vítimas de crimes de crueldade. Os índices que envolvem a violência de gênero são alarmantes: a taxa de feminicídios no Brasil é de 4,8 para 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)². As maiores vítimas dessa violência são as mulheres negras. Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.

Os índices de estupro também são altíssimos. Segundo dados publicados em 2019 pela mídia, em 2018 foram registrados 66 mil casos de violência sexual no Brasil, uma média de 180 casos por dia, sendo as vítimas, em sua maioria, crianças de até 13 anos³.

Somados aos casos de tortura física e psicológica e aos crimes de cunho lesbofóbico, está formado um panorama de ataques à dignidade da mulher sendo que todos os crimes têm origem no machismo, no racismo, na misoginia e no etnocentrismo e devem ser combatidos por meio de políticas públicas de gênero.

No entanto, o que se verifica no Brasil é um retrocesso no reconhecimento do grave problema e, por conseguinte, um atraso fenomenal nas políticas de combate às desigualdades de gênero.

O atual governo, ao inserir a Pasta da Secretaria Especial da Mulher no Ministério que envolve a Família e Direitos Humanos demonstra total descaso com o tema e joga a questão de gênero no confinamento do ambiente familiar onde predomina o machismo.

A nomeação da senhora Damares Regina Alves para a pasta que inclui o tema da Mulher é uma afronta aos direitos femininos. Totalmente desqualificada para o cargo e seguidora do criacionismo, negando a ciência, Damares é defensora da ideia de que o papel da mulher é ser submissa ao homem, reforçando o jargão “recatada e do lar”.

Além do descaso com políticas públicas, o atual governo atuou e atua no sentido de descaracterizar e até de proibir a palavra gênero nas escolas e nos ambientes de estudos e de formulação de ações de tratamento às questões da violência crônica contra as mulheres.

O descaso, no entanto, não é a única marca da atual gestão de governo. Os ataques diretos de Bolsonaro às jornalistas Vera Magalhães e Patrícia de Mello Campos trazem em seu cerne a misoginia e o machismo num grau nunca visto em um representante maior da nação.

Diante do panorama, os desafios impostos às mulheres brasileiras são enormes e exigem enfrentamento com conscientização e mobilização para demonstrar à sociedade que dentro de cada mulher há uma combatente que exige respeito, dignidade e reconhecimento de seu importante papel na história.

Dia 08 de março na Av. Paulista, a partir das 14 horas.

Mulheres contra o atraso! Por políticas públicas de gênero!

­­

Ousar lutar, ousar vencer.


¹ https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2018/06/taxa-de-desemprego-entre-mulheres-e-de-15-bem-acima-dos-116-dos-homens-aponta-ipea.html

² https://nacoesunidas.org/onu-feminicidio-brasil-quinto-maior-mundo-diretrizes-nacionais-buscam-olucao/

³ https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/brasil-registra-mais-de-180-estupros-por-dia-numero-e-o-maior-desde-2009.shtml

 

Compartilhar